Nesta segunda-feira (27), o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Piauí (Cosems-PI) participou de reunião com o Ministério da Saúde (MS); os Conselhos Nacionais de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e de Secretários de Saúde (Conass); e as Secretarias de Estado da Saúde (Sesapi) e de Saúde dos municípios de Miguel Alves e Joaquim Pires com o objetivo de envolver todos os atores relevantes para a adequação das estratégias para o controle da malária no estado do Piauí.
Desde o início de maio, quando foi detectado o primeiro paciente infectado, a cidade de Miguel Alves já conta com 16 casos de malária. O primeiro teste positivo foi de um paciente que havia retornado recentemente do estado do Pará, zona endêmica da doença. Além do município de Miguel Alves, foram notificados, também, casos de malária nos municípios de Joaquim Pires e Amarante.
Durante a reunião, a Vice-Presidente do Cosems-PI e Secretária Municipal de Miguel Alves, Leopoldina Cipriano, evidenciou a importância de o estado possuir profissionais qualificados para tratar das diversas demandas referentes à saúde pública nos municípios. “Nós precisamos dentro do nosso estado de pessoas capacitadas em todas as regiões para esses momentos de dificuldade, que sejam ações de forma contínua, e que não sejam pessoas chamadas apenas nos momentos de crise e sim que estejam no dia a dia”, afirmou.
A gestora ressaltou, ainda, que após a confirmação de casos de malária em Joaquim Pires, também na região Norte do Piauí, a Secretaria Municipal de Saúde buscou informações com o município de Miguel Alves sobre como proceder em relação ao enfrentamento da doença. “Essa troca de conhecimento entre os municípios é muito importante para promovermos esse intercâmbio de experiências e, assim, podermos combater a proliferação da doença em nosso estado”, destacou.
A coordenadora de Epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa, destacou o crescimento de casos de malária no Piauí, tornando o estado uma área endêmica. “No ano de 2020 nós tivemos 23 casos notificados de malária, já em 2021 estamos 152. Então, é um crescimento exagerado. Desse modo, precisamos de um incremento não só estadual e municipal, mas sim em nível nacional”, disse.
“A área extra-amazônica, embora não tenha transmissão constante, tem a receptividade e o Piauí, mais que outros estados, tem a grande vulnerabilidade de estar do lado do Maranhão, que tem o trânsito de pessoas que têm autoctonia recorrentes”, frizou Liana Blume, técnica do MS.
A reunião foi finalizada com uma série de encaminhamentos de medidas a serem tomadas para o combate da malária no Piauí, dentre elas: a confecção de relatórios semanais pelos municípios com casos notificados a serem enviados ao Ministério da Saúde.
Malária
Transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada pelo microrganismo Plasmodium, a malária é uma doença infecciosa febril aguda. Os sintomas mais comuns são: calafrios, febre alta, dores de cabeça e musculares, taquicardia, aumento do baço e alucinações. O tratamento da doença é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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