O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Piauí (Cosems-PI) participou da Oficina de Implementação da Rede de Atenção Materno e Infantil (Rami) no estado, promovida pelo Ministério da Saúde, na manhã desta sexta-feira (23), no auditório da Escola Fazendária, em Teresina. A iniciativa tem como objetivo apresentar e discutir a nova política que busca reduzir os índices de mortalidade materno-infantil com os gestores da saúde pública.
Na oportunidade, houve uma apresentação sobre a criação da Rami e os critérios de habilitação e funcionamento de serviços. Também foram apresentados os dados da rede materno-infantil no Piauí. O objetivo desses eventos, que acontecem por todo o país, é qualificar os serviços para garantir a integridade do cuidado das gestantes e dos bebês, reduzindo os números de morbimortalidade materna e infantil no Brasil.
A Assessora Técnica e representante do Cosems-PI no evento, Socorro Candeira, destacou em sua fala dados sobre a mortalidade materna e infantil no estado. “Enquanto a OMS define como aceitável em torno de 20 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos, nós temos no Piauí uma taxa de 88,4. Entre os causadores desse número, está a dificuldade do acesso a serviços de qualidade”, explicou. “Precisamos descentralizar esses serviços, pois, no Piauí, as maternidades de alto risco estão concentradas nos territórios Planície Litorânea e Entre Rios. Precisamos criar mais espaços de discussões de políticas voltadas para esse grupo com o qual temos uma dívida histórica”, acrescentou a assessora.
A diretora do Departamento Materno Infantil da Secretaria de Atenção Primária, Lana de Lourdes, representou o Ministério da Saúde durante o evento e explicou a respeito dos três novos componentes de cuidado que serão implantados com a Rami. O primeiro diz respeito ao ambulatório de alto risco gestacional, justificado pelo fato de que cerca de 15% das gestantes do país são de alto risco e pela alta taxa de mortalidade infantil.
O segundo componente se trata do ambulatório de seguimento das crianças que saem da UTI neonatal, uma forma de especialização do já existente método canguru. O objetivo é fornecer assistência oportuna e profissionais qualificados antes de sua entrega à atenção primária de saúde.
Também considerado pertinente, o último componente diz sobre os incentivos para maternidades de baixo risco, para maternidades que realizam acima de 500 partos por ano. “Criamos esse incentivo para que a equipe possa realizar um atendimento adequado, qualificar mais de 80% dos partos que acontecem”, explicou a diretora.
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